segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

Comunidades rurais reaproveitam lixo para produzir biogás no AM

A partir de janeiro, comunidades rurais de Manaus e Maués receberão equipamento que transforma o lixo orgânico em biogás; o combustível pode substituir o tradicional gás de cozinha

    O projeto foi desenvolvido por estudantes de engenharia química da Ufam
    O projeto foi desenvolvido por estudantes de engenharia química da Ufam (Aguilar Abecassis )

    Comunidades rurais de Manaus e Maués (a 267 quilômetros da capital) vão  experimentar um projeto que visa a produção de energia limpa, substituindo o GLP (gás de cozinha) pelo Biodigestor Sustentável, que utiliza cascas de frutos amazônicos e detritos de animais, para a produção de biogás, a partir de janeiro.
    O projeto, que vem sendo realizado por estudantes de Engenharia Química  da Universidade Federal do Amazonas (UFAM) desde o início do ano, foi testado inicialmente em comunidades de Manacapuru e Novo Airão, e agora começa a alcançar outras comunidades por meio de parcerias firmadas com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDS).
    O professor Johnson Pontes, orientador da pesquisa, explicou que a proposta é levar, inicialmente, 10 equipamentos para a comunidade do Brasileirinho, na Zona Rural de Manaus, a 15 para comunidades ribeirinhas de Maués. 
    Ao todo, 25 famílias vão ser beneficiadas com o projeto-piloto e segundo o professor, o objetivo é estimular as comunidades a reaproveitarem as matérias que geralmente são desperdiçadas, transformando-as em fonte de energia limpa e renovável, além de evitar a emissão de gases poluentes na superfície.
    Biogás
    O biodigestor sustentável é um equipamento feito de tonéis de alumínio, onde são depositados cascas e caroços de frutas amazônicas de alto potencial energético como o cupuaçu, o tucumã, o açaí e a castanha. Misturados com detritos de animais, a biomassa se decompõe e produz o biometano, uma substância  também de alto poder combustível.
    “A produção desse biogás é suficiente para substituir o gás de cozinha, que é muito poluente. Além de ser um equipamento que produz energia limpa, com o biodigestor, as comunidades vão poder reaproveitar a biomassa, que na maioria das vezes é jogada no lixo. Assim, estamos dando uma alternativa de economia e colaborando com o meio ambiente”, ressaltou o professor.
    Outra contribuição do processo de produção de biogás, é que a mistura e decomposição das biomassas produzem também uma espécie de biofertilizante, que pode ser utilizado na agricultura, substituindo os fertilizantes comuns.
    Financiamentos ampliam pesquisas
    O professor Johnson Pontes afirma que o desenvolvimento do projeto em outras comunidades  só foi possível com o financiamento do CNPQ. O experimento com as comunidades do Brasileirinho, em Manaus, e no interior de Maués, vão iniciar em janeiro. Mas a pesquisa poderá ficar ainda mais abrangente com o aporte financeiro que o grupo de estudos deve receber também do BNDS.
    Este mês, o projeto foi enviado ao banco  e  a partir de janeiro, o equipamento deverá ser instalados em outras comunidades do Amazonas. “É um grande passo que estamos dando, principalmente no interior, onde boa parte da matéria orgânica vira lixo. Diante de uma crise que estamos enfrentando, essa é a alternativa de obter economia e utilizar os recursos naturais como produtores de energia”, explicou o professor. “O único trabalho que ribeirinho vai ter é o  de buscar a matéria orgânica. Como a biomassa não gerar o biogás, ele não vai ter que se preocupar em comprar a botija de gás”, ressaltou.
    Custo
    O biodigestor sustentável  da UFAM é feito de tambores, mangueiras de borracha, barras de ferro, canos PVC e registros, tudo a um custo de aproximadamente R$ 600,00.  O tempo de vida útil de cada equipamento pode chegar a mais  20 anos, conforme os pesquisadores do projeto.
    Em números
    25 famílias  de comunidades rurais vão ser atendidas pelo projeto dos universitários, a partir de janeiro. Com o financiamento do BNDS, outras comunidades do interior também devem ser selecionadas para participarem do programa.

    terça-feira, 1 de dezembro de 2015

    Cientista prometem que carne sem morte animal estará no mercado em 2018

    (Reprodução/FeedFood)
    Para quem defende os diretos dos seres vivos ou é vegetariano e vegano, essa inovação pode parecer bastante interessante. Muitas pessoas já sabem e já foram tocadas com vídeos e matérias que mostram o quão cruéis e nada éticos são os locais que cultivam e matam bois, frangos e porcos. E, mesmo com o instinto forte pelo churrasco ou o hambúrguer de cada dia, é impossível não repensar algumas escolhas depois de se deparar com tamanho sofrimento.
    Dois anos atrás, um grupo de cientistas holandeses já havia feito o lançamento de um hambúrguer de carne sem qualquer tipo de sofrimento. A pequena peça havia sido feita a partir de células tronco e custava um valor aproximado de US$ 325 mil. Com esse número, a invenção não era nada viável para o consumo comum.
    A invenção feita pelos holandeses em 2013. Uma ótima ideia, porém inviável comercialmente. (Reprodução/Konbini)
    A invenção feita pelos holandeses em 2013. Uma ótima ideia, porém inviável comercialmente. …
    No entanto, alguns anos após o primeiro resultado, estudiosos israelenses aperfeiçoaram a técnica e diminuíram significativamente os gastos do processo, graças ao avanço na tecnologia das impressoras em 3D. De acordo com o fundador do projeto, Shir Friedman, "carne de laboratório é a solução para reduzir as crueldades com os animais e o ecossistema, ao mesmo tempo em que dá às pessoas aquilo que elas desejam comer".
    Em uma pesquisa feita pelo grupo, frango foi descoberto como o tipo de carne mais disseminado atualmente entre diferentes culturas ao redor do mundo. Por isso, eles definiram como foco inicial o desafio de desenvolver este produto a primeira instância, em escalas industriais. Acredita-se que no início de 2018 a inovação já estará disponível para ser comprada no mercado.
    Hoje é frango, amanhã carne de boi, depois porco, carneiro entre outras. Este é o objetivo central dos pesquisadores liderados por Friedman. O ideal seria o veganismo generalizado, porém, já que isto é impossível hoje, a ciência buscou um jeito de ajudar a resolver nossos problemas com os demais seres vivos do planeta, já que na teoria a coleta de material genético de apenas um animal seria o suficiente para criação de carne sem nenhuma morte